Um dos maiores conglomerados de produção de armas com sede em Israel ganhou uma licitação do Exército Brasileiro para fornecer blindados com canhões de longo alcance. Trata-se de armamento pesado, que dispara munição de 155 milímetros, num carro blindado.
O Exército Brasileiro quer 36 viaturas desse porte, num contrato que pode passar de um bilhão de reais. Os israelenses venceram a licitação por critérios técnicos, segundo o Exército Brasileiro. Mas a decisão vai ser política. E já está com o presidente Lula.
Depois de comparar o que Israel faz ao Holocausto e ser declarado persona non grata por lá, Lula vai dar um contrato de armas pesadas para… Israel? A resposta está com o presidente brasileiro, e o PT já falou contra dar o contrato ao vencedor da licitação feita pelo Exército. O caso evidencia como uma política externa mal formulada fecha as portas e as opções de um país.
A grandiloquência de Lula em assuntos nos quais o Brasil tem pouco ou nada a interferir — como guerra na Ucrânia e guerra no Oriente Médio — o colocou na desconfortável situação de ter a modernização dos nossos sistemas de defesa nacionais dependentes dos países ocidentais que ele critica.
O submarino de propulsão nuclear depende da França — país da OTAN. Os caças modernos da FAB dependem da Suécia — país que acaba de entrar na OTAN. A modernização do Exército depende, entre outros, da Alemanha — tradicional integrante da OTAN.
O que Lula fizer agora repercute mal, de um jeito ou de outro. Um caso clássico de como a língua amarra os pés.
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CNN BRASIL