Com um projeto de painéis solares bem planejado, os moradores de casas já podem recarregar seus carros elétricos sem custos extras, utilizando a energia do Sol ao invés da eletricidade da rede. Portanto, surge a questão: por que não instalar painéis solares diretamente nos carros elétricos ou híbridos?
A ideia parece promissora, já que um carro em uso geralmente estará exposto ao Sol por boa parte do tempo. No entanto, na vida real, a viabilidade desse conceito enfrenta desafios significativos, como a eficiência das placas fotovoltaicas, os custos elevados da tecnologia e a viabilidade em regiões com menos insolação. Conheça também a lista com os 10 carros mais econômicos para 2025.
Quais são os desafios para a instalação de painéis solares em carros?
Para que os painéis solares façam uma diferença significativa na autonomia de um carro elétrico, é necessário uma grande área de exposição solar. Em termos práticos, um painel solar convencional não seria capaz de produzir energia suficiente para aumentar significativamente a autonomia diária de um veículo.
A empresa holandesa Lightyear tentou abordar essa questão lançando um carro com 5 metros quadrados de painéis solares em seu teto e capô. O resultado foi uma autonomia adicional moderada: dos 560 km totais, apenas 70 km provinham da energia solar. Infelizmente, o alto custo de produção, cerca de US$ 250.000, levou a empresa à falência em alguns meses. A Lightyear, então, decidiu focar em licenciar suas patentes e fornecer painéis solares para fabricantes de carros.
Qual é o ganho real de autonomia com os painéis solares atualmente?
Modelos como o Toyota Prius, na versão PHEV, incluem carregadores solares no teto. A instalação, entretanto, adiciona apenas 1.250 km de autonomia por ano, o que equivale a 3,5 km por dia. O sistema funciona melhor com o carro parado, utilizando a radiação solar para carregar a bateria de 13,6 kWh, enquanto em movimento, a energia solar gerada é direcionada, principalmente, para sistemas auxiliares do veículo.
O painel solar do Toyota Prius custa cerca de 610 dólares (aproximadamente R$ 3.400) como opcional nas configurações mais caras vendidas nos Estados Unidos. Em essência, o maior benefício não está na ampliação da autonomia elétrica, mas na redução do consumo de combustível.
Existem soluções alternativas utilizando painéis solares em veículos comerciais?
A Randon, maior fabricante de reboques e semirreboques da América Latina, está implementando painéis solares em suas carretas elétricas. As carretas são equipadas com o sistema E-Sys, que inclui um motor elétrico de 209 cv e 102 kgfm de torque, projetado para auxiliar caminhões em subidas e ultrapassagens.
Os painéis solares, montados no teto e nas laterais das carretas, têm potência de até 15 kW. Segundo a empresa, a geração anual de até 11.500 kW poderia economizar cerca de 1.800 litros de diesel. A energia é usada para alimentar sistemas auxiliares e baterias, contribuindo para maior eficiência energética.
É viável instalar painéis solares em carros de passeio?
Existem exemplos práticos de adaptações, como o Yuan Plus, que teve um painel solar de 570 W instalado em seu teto para carregar um carregador portátil. Apesar de inovador, esse sistema só recarrega o carro quando estacionado e sob condições solares ideais, exigindo cerca de 100 horas de exposição solar para uma carga completa.
Analisando cenários mais realistas, considerando 8 horas diárias de insolação máxima, uma recarga completa levaria aproximadamente 12 dias e meio. O carro, nesse período, teria que permanecer estacionado e não poderia ser utilizado.
A integração de painéis solares em carros elétricos apresenta desafios consideráveis em termos de eficiência e custo. O avanço contínuo na tecnologia solar e nas baterias poderá tornar essa solução mais viável e acessível no futuro. Entretanto, por enquanto, as aplicações mais promissoras estão em veículos comerciais e na redução de consumo de combustível de híbridos.
Fonte terra brasil