Ex-chanceler brasileiro e o próximo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim está na Venezuela para observar as eleições do país, que acontecem neste domingo (28) em meio a um clima de tensão.
Assessor-chefe da presidência da República e diplomata de carreira, Amorim desembarcou em Caracas na sexta-feira (26). A sua missão é colher impressões sobre o processo eleitoral e ajudar na posição do Palácio do Planalto após a divulgação do resultado.
Diplomata de carreira
Nascido em 3 de junho de 1942 em Santos, litoral de São Paulo, Celso Luiz Nunes Amorim, de 82 anos, concluiu os estudos no Instituto Rio Branco – academia responsável por formar o corpo de diplomatas brasileiros – em 1965.
Mestre em Relações Internacionais pela Academia Diplomática de Viena, Amorim também é professor. Antes de iniciar a carreira diplomática, desenvolveu trabalhos no setor audiovisual junto aos cineastas Leon Hirzman e Guy Guerra.
No Itamaraty, já serviu em Londres e Washington, além de chefiar a pasta durante os governos Lula (2003-2010) e Itamar Franco (1993-1995). Na gestão deste último, foi responsável por fortificar a integração do Brasil no Mercosul.
Já foi presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) entre 1998 e 1999, período em que também foi chefe da representação brasileira no órgão.
Amorim ocupa o cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República desde janeiro de 2023.
A pasta comandada pelo embaixador serve como um órgão de assessoramento imediato ao presidente, e participa, por exemplo, do planejamento, da preparação e da execução dos encontros internacionais do Presidente da República no Brasil e no exterior.
Cargos ocupados por Celso Amorim
- Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia no Governo Sarney (1985-1988)
- Ministro das Relações Exteriores no Governo do Presidente Itamar Franco (1993- 1994)
- Ministro das Relações Exteriores Presidente Lula (2003-2010)
- Representante Permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas, em Nova York (1995-1999) e em Genebra (1991-1993 e 1999-2001)
- Embaixador do Brasil em Londres (2001 e 2002)
- Chefe da Divisão de Difusão Cultural do Itamaraty (1977)
- Ministro da Defesa (2011-2015)
Segurança
Como apurado pela CNN, Amorim é acompanhado por uma equipe de segurança em meio ao cenário instável no país. Além disso, o diplomata pretende evitar encontros com os candidatos, como o atual chefe do Executivo venezuelano, Nicolas Maduro, e seu principal opositor na disputa, Edmundo Gonzales.
Contudo, como explica a doutora em Direito Internacional Priscila Caneparo, a visita é um procedimento comum e não tem um intuito de fiscalizar as eleições. A ação pode ser feita apenas por órgãos institucionais, como o caso da ONU, que está no país com o mesmo objetivo.
“Quem fiscaliza são órgãos institucionais internacionais, como, por exemplo, como a OEA, a ONU e algumas ONGs que de fato podem fiscalizar”, explica Caneparo. “Querendo ou não, ainda que existam atritos nesse governo Lula 3, em uma perspectiva de um aliado regional, é importante destacar a lisura do processo”, complementa.
A especialista também sinaliza que a presença de Amorim no país pode fortalecer a figura de “líder regional” do Brasil na América Latina, visto que um avião com ex-presidentes latino-americanos, como os do Panamá e México, foi impedido de entrar na Venezuela.
*Sob supervisão de Nathan Lopes
Saiba o que é a zerésima e sua importância para a segurança da votação
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CNN BRASIL