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Queijo mais antigo já registrado é encontrado mumificado

foto: Wenying Li

Uma descoberta fascinante no deserto de Taklamakan, localizado no noroeste da China, revelou múmias da Idade do Bronze com queijo espalhado sobre suas cabeças e pescoços. Esse achado, agora considerado o queijo mais antigo já registrado, foi datado de aproximadamente 3.600 anos e forneceu novos insights sobre as práticas alimentares de povos antigos.

Por meio de uma análise detalhada do DNA extraído desses restos mumificados, cientistas conseguiram desvendar os métodos de produção de queijo utilizados pelo povo Xiaohe. Publicada na revista Cell, essa pesquisa inovadora demonstrou a utilização de micróbios para aprimorar os alimentos e traçou influências culturais ao longo de milênios.

Como foi Identificado o DNA do Queijo Antigo?

Uma equipe de pesquisadores dedicada e liderada pela paleogeneticista chinesa Qiaomei Fu conseguiu identificar DNA de cabra e gado nas amostras de queijo encontradas nas múmias. Eles também sequenciaram o DNA dos microrganismos contidos no queijo, confirmando que era de fato kefir, um tipo de queijo que permanece amplamente produzido e consumido nos dias atuais.

Por Que Estudar o Queijo Antigo é Importante?

Christina Warinner, uma renomada Professora Associada de Ciências Sociais e Antropologia da Universidade de Harvard, destacou a importância dessa descoberta. Segundo ela, o estudo contribui para a compreensão de como as pessoas no passado utilizavam uma diversificada gama de microrganismos para produzir alimentos icônicos como queijo e pão.

Como o Povo Xiaohe Produzia Kefir?

Os achados arqueológicos no cemitério de Xiaohe, na Bacia do Tarim, sugerem que o povo Xiaohe fermentava queijo utilizando grãos de kefir passados entre familiares e amigos. Essa prática demonstra como recursos microbianos eram transmitidos ao longo das gerações e se espalhavam por toda a Ásia.

Que Descobertas Foram Feitas Sobre os Microrganismos Usados?

Os pesquisadores identificaram espécies bacterianas e fúngicas, tais como Lactobacillus kefiranofaciens e Pichia kudriavzevii, que estão presente em grãos de kefir atuais. Fu e sua equipe também sequenciaram genes bacterianos desses queijos antigos, revelando informações sobre a evolução das bactérias probióticas ao longo dos últimos 3.600 anos.

Quando realmente começou a produção de queijo?

Embora o queijo encontrado com as múmias de Xiaohe seja o mais antigo até o momento, outras evidências indicam que a produção de queijo pode ter começado há mais de 9.000 anos, possivelmente na Anatólia ou no Levante. Cientistas como Warinner ressaltam que o controle da fermentação foi refinado ao longo do tempo, permitindo a criação de produtos lácteos complexos e resistentes, fundamentais para muitas culturas.

Quais são as implicações dessas descobertas na Arqueologia Moderna?

Essas descobertas não só mostram a complexidade dos produtos lácteos antigos, mas também revelam que tais alimentos eram essenciais para modos de vida que perduram até hoje. William Taylor, professor assistente da Universidade do Colorado Boulder, destacou que a pesquisa de Fu proporciona uma perspectiva inédita sobre a evolução cultural e tecnológica dos humanos.

Em resumo, o estudo do queijo kefir encontrado nas múmias do deserto de Taklamakan abre novas fronteiras para a arqueologia e a biotecnologia, fornecendo insights valiosos sobre evoluções culturais e alimentares ao longo da história humana.


Fonte terra brasil

progrestino

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