Todas as equipes da Defesa Civil de Porto Alegre foram acionadas depois de uma forte chuva atingir a capital gaúcha na noite de terça-feira (16).
Cerca de 150 árvores foram derrubadas pela força do vento, hospitais ficaram inundados, ruas foram interditadas, o abastecimento de água foi afetado e os bombeiros tiveram que atuar para ajudar a resgatar pessoas ilhadas.
Segundo a MetSul Meteorologia, até a meia noite desta quarta-feira (17), alguns bairros tiveram chuvas de 75 milímetros. A média histórica para todo o mês de janeiro é de 120 milímetros. Já a Climatempo aponta ventos de 107 km/h na base aérea de Canoas, e de 89 km/h no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre por volta das dez da noite da terça.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que o Hospital de Pronto Socorro foi afetado com retorno da rede de esgoto e teve alagamentos na emergência e no 5º andar.
Já os Prontos Atendimentos Cruzeiro do Sul e Lomba do Pinheiro passaram a funcionar sob gerador de energia elétrica. Pacientes de enfermaria do Hospital São Lucas, da PUC-RS, estão sendo remanejados. Houve destelhamento em três andares e queda de parte do teto em dois leitos de UTI, afetando inclusive a realização de exames e deixando avarias.
A emergência e o Centro de Diagnóstico por Imagem estão alagados e os 10 leitos SUS estão temporariamente inutilizados. Cirurgias devem ser restringidas ou suspensas.
Também tiveram que ser deslocados para outras unidades pacientes dos hospitais Independência e Pronto Atendimento da Bom Jesus. A ventania quebrou vidros do auditório do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, que registra pontos de alagamentos.
O Hospital Fêmina também ficou alagado em praticamente todos os andares. O Instituto de Cardiologia informou que as salas da hemodinâmica estão inoperantes. A central do Samu que atende as ligações para o 192 também foi afetada por alagamento e avarias no entorno.
Os hospitais Nossa Senhora da Conceição e da Santa Casa relatam ponto de alagamento, mas sem danos a pacientes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O Hospital Santa Ana registrou pontos de infiltração e água acumulada.
O Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul recebeu dezenas de chamados para árvores caídas com a tempestade e pessoas precisando de resgate.
A Defesa Civil apontou a queda de inúmeras árvores. Por volta de 00:20 desta quarta-feira, a Empresa Publica de Transporte e Circulação contabilizava 21 ocorrências devido às chuvas, sendo sete vias com bloqueio total por acúmulo de água na via, seis por bloqueio total em função de árvores caídas e uma por semáforo em amarelo piscante.
No bairro de Bom Fim, uma árvore desabou sobre um carro. Outro carro foi atingido na rua Conde de Porto Alegre. Na rua Dona Margarida, uma banca de jornal desabou ao lado da Secretaria de Segurança Pública.
Ao todo, 22 casas de bombas (de águas pluviais) e cinco estações de tratamento de água ficaram sem luz, podendo afetar o abastecimento de água em vários locais.
Na descida da BR-448, passando a Arena do Grêmio, uma estrutura metálica desabou e interrompeu a via.
No domingo (14), o governador Eduardo Leite informou que as chuvas já tinham deixado 10 mortes no estado.