POLÍTICA

PF apura novos elementos e adia conclusão de inquérito sobre suposto golpe de Estado

A Polícia Federal analisa novos elementos encontrados na investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposto plano de golpe de Estado.

A análise dos documentos deve adiar a conclusão do inquérito, antes prevista para setembro.

Atualmente, ao menos 20 pessoas são investigadas, com encaminhamento para o indiciamento de pelo menos 10. Entre elas, Bolsonaro.

Investigadores, no entanto, entendem que os documentos obtidos têm potencial para aumentar esse número.

A nova fase da investigação agora será colher novos depoimentos, tanto de pessoas que já estavam no radar da investigação quanto de nomes recém-incluídos na investigação.

Nove meses de investigação

A CNN apurou que o material encontrado corrobora o que já vem sendo investigado desde o começo do ano passado..

Além de Bolsonaro, a PF também deve indiciar os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres e generais.

A PF apurou que Bolsonaro chegou a discutir o conteúdo de uma minuta de golpe com assessores e pediu ajustes no documento.

Nos diálogos captados pela investigação, o ex-ministro Braga Netto xingou o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que resistia em aderir ao golpe.

Paulo Sergio Nogueira, ex-ministro da Defesa, que também deve ser indiciado pela investigação, e o general Augusto Heleno, ex-GSI, aparecem em gravação discutindo com o ex-presidente estratégias para mantê-lo no poder.

Em fevereiro, Braga Netto e Heleno ficaram em silêncio e não depuseram à Polícia Federal. Ambos, no entanto, já negaram irregularidades anteriormente.

No mesmo dia, Bolsonaro também ficou em silêncio e alegou incompetência do STF em julgar o caso. Na semana seguinte, o ex-presidente discursou em um evento em São Paulo e negou plano de golpe.

“Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência”, afirmou.


CNN BRASIL