POLÍTICA

Onde estavam Lula, Alckmin e Moraes na data planejada para assassinatos

Brasília e São Paulo: essas eram as cidades em que os alvos de um plano de assassinato estavam em 15 de dezembro de 2022, uma quinta-feira.

Essa era a data que uma organização criminosa planejava matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A CNN confirmou com as equipes de Lula, Alckmin e Moraes suas agendas na data.

Lula

Na manhã do dia 15 de dezembro de 2022, Lula esteve em agenda no centro da cidade de São Paulo.

O presidente participava da 9ª edição da Expocatadores, evento promovido por catadores de materiais recicláveis, também conhecido como “Natal dos Catadores”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também estava presente.

Na ocasião, segundo relato da Agência Brasil, Lula disse que, quando estivesse no cargo de presidente, gostaria de um “encontro especificamente com o povo de rua aqui em São Paulo”. “O povo pobre, o povo de rua, os catadores, e tantos outros brasileiros que não têm como chegar até o governo. Não serão vocês que terão que ir na presidência da República. Sou eu que terei que vir até vocês”.

Lula assumiria a Presidência da República duas semanas depois, em 1º de janeiro de 2023.

Segundo investigação da Polícia Federal, o plano para assassinar o presidente envolvia o uso de veneno.

O então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de agenda na cidade de São Paulo em 15 de dezembro de 2022
O então presidente eleito Lula participou de agenda na cidade de São Paulo em 15 de dezembro de 2022 • 15/12/2022 – Rovena Rosa/Agência Brasil

Alckmin

O vice-presidente estava em Brasília no dia 15 de dezembro de 2022.

Junto com governadores, ele participou de um encontro organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela organização não-governamental (ONG) Todos Pela Educação.

A reunião contou com a presença de oito governadores eleitos e nove vice-governadores, além do ex-ministro da Educação Henrique Paim. O objetivo era debater ações e estabelecer um compromisso coletivo para tratar a educação básica no Brasil.

Alckmin (na primeira fila, ao centro) participou de evento do Todos pela Educação e da Unesco em Brasília em 15 de dezembro de 2022
Alckmin (na primeira fila, ao centro) participou de evento do Todos pela Educação e da Unesco em Brasília em 15 de dezembro de 2022 • 15/12/2022 – Divulgação/Todos Pela Educação

Alexandre de Moraes

À época presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Moraes comandou uma sessão da Corte em 15 de dezembro de 2022.

No prédio do TSE, ele também participou de uma audiência em que recebeu o Prêmio Transparência e Fiscalização Pública 2022.

Ministro Alexandre de Moraes (terceiro da direita para a esquerda) recebe Prêmio Transparência e Fiscalização Pública 2022
Ministro Alexandre de Moraes (terceiro da direita para a esquerda) recebe Prêmio Transparência e Fiscalização Pública 2022 • 15/12/2022 – Alejandro Zambrana/Secom/TSE

No início da tarde, esteve em uma sessão no STF.

De acordo com a PF, o ministro passou a ser monitorado pela organização criminosa após uma reunião na casa do general e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto (PL), que foi candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022 — eles foram derrotados por Lula e Alckmin.

A polícia também identificou que uma trama contra Moraes era discutida por mensagens pelos suspeitos em grupo chamado “Copa 2022”. De acordo com as investigações, as comunicações trocadas “demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender” o ministro do STF.

Moraes (segundo da direita para a esquerda) participou de sessão do STF na tarde da quinta-feira 15 de dezembro de 2022
Moraes (segundo da direita para a esquerda) participou de sessão do STF na tarde da quinta-feira 15 de dezembro de 2022 • 15/12/2022 – Carlos Moura/SCO/STF

*Sob supervisão de Nathan Lopes


CNN BRASIL