O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, informou que negocia uma redução no percentual mínimo previsto na PEC das Forças Armadas, em meio à forte resistência no Congresso Nacional sobre a proposta.
O texto prevê a obrigatoriedade de que 2% do Produto Interno Bruto (PIB) seja utilizado para planejamento e execução de projetos estratégicos para a Defesa Nacional.
Ao CNN Entrevistas, Múcio ressaltou que, diante das dificuldades de aprovação da iniciativa, ele discute com o autor da proposta, o senador Carlos Portinho (PL-RJ), um percentual mínimo de 1,5% sobre a receita corrente líquida.
O ministro observou que os investimentos na Defesa Nacional são caros e que, diferentemente de áreas como Saúde e Educação, não têm um apelo eleitoral.
Ele ponderou que se tratam de investimentos estratégicos, tanto em episódios de desastres naturais como em combate ao crime organizado.
“O crime organizado é mais preparado que qualquer empresa. Eles têm equipamentos que você fica impressionado. Nós precisamos nos preparar para esses tempos que têm vindo por aí”, disse.
À CNN, o ministro salientou que a política é incompatível com as Forças Armadas e voltou a defender a PEC dos Militares, que obriga integrantes da ativa a passarem para a reserva caso decidam ser candidatos a cargos eletivos.
“Uma pessoa passa três anos se preparando para cargo político. Caso perca, volta com a frustração de não ter ganho a eleição e com um pensamento político. As posições ideológicas são levadas para dentro do quartel. Nos países mais avançados do mundo, não pode se candidatar”, disse.
O ministro ressaltou que o episódio de vandalismo do 8 de janeiro gerou um trauma na esquerda brasileira, o que ajuda a explicar a resistência dentro do governo petista às iniciativas de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Compartilhe:
CNN BRASIL