As autorizações para exportação de produtos de defesa brasileiros em 2024 ultrapassaram o registrado em todo o ano passado. Até julho, as operações somaram 1,47 bilhão de dólares. De janeiro a dezembro de 2023, o valor total foi de 1,45 bilhão de dólares. É o melhor resultado da série histórica desde 2013, de acordo com o Ministério da Defesa.
As aeronaves KC-390 Millennium e o A-29 Super Tucano, fabricados pela Embraer, estão entre os itens mais exportados. Somente este ano, aproximadamente 500 milhões de dólares foram arrecadados com a venda desses aviões. Estados Unidos, Dinamarca, Hungria e Portugal são os principais importadores, com investimentos acima de 100 milhões de dólares cada.
A Base Industrial de Defesa (BID) é composta por um conjunto de empresas, estatais e privadas, envolvidas em várias etapas, incluindo pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa.
Esses produtos, que podem ser bens ou serviços, desempenham papel crucial na realização dos objetivos de segurança e defesa de um país.
“As exportações estimulam a cooperação e integração no âmbito internacional, atraem investimentos externos e retêm talentos no país. Os números indicam desenvolvimento econômico, aumento da competitividade e fortalecimento da Base Industrial de Defesa”, afirma o secretário nacional de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues.
O Ministério da Defesa tem hoje um cadastro de 235 empresas que fazem parte da BID. O portfólio brasileiro inclui mais de 1,7 mil produtos, entre eles aeronaves, embarcações, soluções cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas seguros de comunicação e armamentos. Todos esses itens são de alta tecnologia.
Ao todo, o setor emprega quase 3 milhões de pessoas, entre postos diretos e indiretos.
Resultados
O governo brasileiro tem obtido bons resultados graças a atividades como promoção comercial, coordenação de diálogos entre indústrias de defesa, visitas técnicas às bases industriais, reuniões bilaterais e participação em feiras nacionais e internacionais.
Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), Roberto Gallo, o êxito é resultado de uma ação estratégica conjunta que se estende há cerca de dez anos.
“O que estamos vendendo hoje é fruto de um produto de defesa estratégico que já está em uso há, pelo menos, uma década, pois os produtos precisam ser testados”, diz.
Segundo ele, esse desempenho abre uma porta para que o Brasil volte a se tornar um dos maiores exportadores de sistemas de defesa do mundo.
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CNN BRASIL