POLÍTICA

Ex-prefeito de Duque de Caxias é alvo de operação sobre fraude em cartão de vacina de Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quinta-feira (4), uma operação no Rio de Janeiro contra fraudes em cartões de vacina, em esquema que ocorria a partir da prefeitura de Duque de Caxias e que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos beneficiários.

Ao todo, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão, emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades do Rio de Janeiro e em Duque de Caixas.

A CNN apurou que os alvos de busca e apreensão são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário estadual de Transporte e Mobilidade do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e a secretária de Saúde de Duque de Caxias, Célia Serrano. 

Washington Reis e Célia Serrano lado a lado/ Redes sociais/Instagram

As buscas de hoje são parte da segunda fase da Operação Venire, desdobramento da operação do ano passado que teve como alvos Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e aliados.

Essas buscas fazem parte da nova fase de investigação pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e apura a existência de associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.

Segundo as investigações, os agentes públicos que são alvos da operação seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 naqueles sistemas

A ação da PF busca também buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento.

A CNN tenta contato com o ex-prefeito Washington Reis e a secretária de Saúde de Duque de Caxias Célia Serrano para comentar a investigação e aguarda resposta.

Em nota, o governo do Rio de Janeiro afirmou que “a operação da Polícia Federal tem como alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022. Não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis”.

PF já indiciou Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas no esquema

A primeira fase da Operação Venire foi realizada em maio de 2023. À época, os agentes da PF prenderam o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília.

Em março deste ano, a PF pediu o indiciamento de Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas pelo esquema irregular. Para a polícia, Bolsonaro ordenou a Cid que inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 dele e de sua filha nos sistemas do Ministério da Saúde.

Na ocasião do indiciamento, um dos advogados de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou nas redes que o indiciamento de Bolsonaro era uma perseguição política. O ex-presidente sempre negou ter recebido o imunizante contra a Covid-19.

“O mundo inteiro conhece a opinião do presidente Jair Bolsonaro quanto ao tema da vacinação, muito embora ele tenha adquirido mais de 600 milhões de doses. Ademais, enquanto exercia o cargo de Presidente, ele estava completamente dispensado de apresentar qualquer tipo de certificado nas suas viagens. Trata-se de perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital politico que só vem crescendo”, escreveu Wajngarten.


CNN BRASIL