Especialista: Vivemos um divórcio entre a cidadania e a representação política

O CEO da consultoria Dharma, Creomar de Souza, expressou preocupação com o atual cenário político brasileiro durante sua participação no programa WW da CNN Brasil. Souza alertou para uma crescente crise institucional e democrática no país, destacando o que ele considera ser um perigoso distanciamento entre os cidadãos e suas instituições representativas.

Segundo o especialista, o Brasil tem enfrentado uma série de “escolhas de Sofia” ou dilemas filosóficos sobre o tipo de nação que deseja ser, especialmente desde 2013. “Nessa sucessão de crises, […] a sociedade vai construindo algo que me parece muito, muito perigoso”, afirmou Souza.

Sinalização preocupante das instituições

O analista ressaltou que instituições como o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e até mesmo a Presidência da República, independentemente de quem ocupa o cargo, têm enviado sinalizações à sociedade de que “a institucionalidade não vale a pena”. Ele argumentou que isso alimenta a percepção de que as instituições se preocupam mais consigo mesmas do que com os cidadãos em geral.

Souza enfatizou que este processo tem contribuído para um “divórcio entre a cidadania e a representação política”, um fenômeno que, segundo ele, vem se desenvolvendo desde pelo menos 2013. O especialista considera este distanciamento como um dos elementos mais críticos da crise democrática atual.

Crise na eficácia institucional

“A crise que nós vivemos em termos de democracia não é a crise na ideia da democracia como um valor irrestrito, mas é, sobretudo, a crise na ideia de que as instituições são eficazes no cumprimento das suas funções”, explicou Souza. Ele argumenta que esta percepção de ineficácia se estende ao governo federal, ao Supremo Tribunal Federal e ao Legislativo.

O analista concluiu alertando que esta situação “gera um risco de esgarçamento social” que não deve ser subestimado no momento atual. Souza enfatiza a necessidade de atenção a estes sinais, sugerindo que a confiança nas instituições democráticas é fundamental para a estabilidade e o progresso do país.