POLÍTICA

Com estiagem forte, ministro prevê acionamento de 70% a 80% das usinas térmicas

Na reta final do período de estiagem, que tem baixado o nível dos reservatórios, a geração de energia térmica — mais cara e poluente — deve ser intensificada.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou à CNN que espera o acionamento de “70% a 80%” de todo o parque térmico brasileiro nas próximas semanas, caso as chuvas não recomecem antes do esperado.

De acordo com o próprio ministro, a capacidade total das termelétricas no país — incluindo usinas a gás natural, carvão mineral ou óleo — chega a quase 20 mil megawatts (MW).

Na quinta-feira (29), por exemplo, o boletim diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que a geração das térmicas foi de 9,5 mil MW médios.

O maior uso de térmicas pode pressionar as bandeiras tarifárias — verde, amarela, vermelha 1 ou vermelha 2 — da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Eu torço muito para que São Pedro ajude e comece a chover mais cedo”, afirmou Silveira, no CNN Entrevistas, que vai ao ar neste sábado (31).

Para a previsão sobre o uso de 70% a 80% do parque térmico, o ministro disse estar considerado “a média de chuvas esperadas para setembro e outubro”, quando termina oficialmente o período seco.

De acordo com projeções divulgadas pelo ONS nesta sexta-feira (30), as chuvas devem ficar em 50% da média histórica (últimas nove décadas) no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é a maior caixa d’água do país — onde ficam as principais hidrelétricas com grandes reservatórios. As médias devem ser baixas no Norte (47%), no Nordeste (44%) e no Sul (42%).

Apesar disso, o índice de armazenamento das represas ainda está significativamente acima de 2014 e de 2021, anos em que foram registrados os níveis mais preocupantes.

Silveira afirmou que outras medidas adotadas pelas autoridades do setor elétrico têm ajudado a poupar água dos reservatórios.

Ele citou a redução da vazão (quantidade de água liberada) na usina de Porto Primavera (SP), que passou de 4.600 para 3.900 metros cúbicos por segundo. Isso permitiu, segundo o ministro, uma economia de 11 pontos percentuais do volume útil do reservatório.

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