O governo brasileiro avalia enviar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para a Venezuela. A ideia é que o chanceler, juntamente com ministros do México e da Colômbia, atue como mediador do conflito no país vizinho.
Há uma semana, Nicolás Maduro foi proclamado reeleito. A oposição alega fraude e realiza protestos. Mais de mil pessoas já foram presas e há relatos de vinte mortes, segundo o Human Rights Watch.
Na última quinta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com os presidentes do México, Andrés Manuel Lópes Obrador, e da Colômbia, Gustavo Petro. Após a conversa, os três países emitiram um comunicado em conjunto.
O documento reitera pedido para que a Venezuela divulgue as atas de votação das eleições.
“As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados”, diz a nota.
O texto também faz um chamado para que os atores políticos e sociais exerçam a máxima cautela e contenção em suas manifestações, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
“Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento. Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano”, finaliza o documento.
Como a CNN mostrou, Nicolás Maduro também pediu uma ligação para conversar com Lula, mas três dias se passaram e o presidente brasileiro ainda não atendeu à solicitação.
Reforço para embaixadas
Neste sábado (3), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse à CNN que militares brasileiros estão de prontidão para reforçar a segurança da embaixada do Brasil na Venezuela. “Estão à disposição do Itamaraty”, declarou.
O embarque da tropa, no entanto, depende de avaliação de necessidade e pedido do Itamaraty. Ainda assim, caso se decida pelo envio, é preciso solicitar autorização do governo venezuelano. Na quinta-feira (1), Múcio esteve justamente com o chanceler Mauro Vieira para tratar do assunto.
Se enviados, os integrantes das Forças Armadas também devem atuar na proteção das embaixadas da Argentina e do Peru — que pediram o apoio brasileiro na proteção de diplomatas e das instalações depois que Maduro determinou a expulsão do corpo diplomático de 7 países da América Latina.
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CNN BRASIL