POLÍTICA

Apex inicia apuração com funcionários sobre desvios na gestão de Mauro Lourena Cid

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) começou a ouvir os funcionários de Miami (EUA) nesta terça-feira (9), na sede da agência, em Brasília (DF).

Uma comissão interna apura supostos desvios de conduta durante a gestão do general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. O militar ocupou o cargo máximo na agência de Miami entre 2019 e 2022.

Segundo integrantes da Apex, ninguém será afastado a princípio, já que se trata de uma apuração em andamento e que deve ouvir as partes envolvidas.

O ex-funcionário que enviou uma carta à Apex contando sobre os supostos desvios e visitas do general também deve falar com a comissão. Ele deve ser chamado quando os integrantes da agência forem para os Estados Unidos. Ainda não há data para o convite.

Os funcionários convidados na semana passada para dar explicações à comissão são Michael Rinelli, analista de investimentos, Fernando Spohr, representante da Apex-Miami, e Paola Bueno, integrante da área de recursos humanos.

O site UOL publicou, no dia 2 de abril, que o general teria usado a estrutura da agência para tratar de planos golpistas.

Lourena Cid ainda voltou algumas vezes ao escritório em Miami, segundo a reportagem, após ter deixado o cargo. O objetivo teria sido apagar informações do celular corporativo e de computadores da Apex.

Segundo relatos de funcionários e ex-funcionários da agência à CNN, Rinelli teria admitido a integrantes da Apex que apagou celulares e computadores que estavam com o general por uma ordem de Spohr e Paola.

A decisão de sumir com rastros ocorreu depois dos ataques de 8 de janeiro, quando o general já não era mais chefe da agência. O tenente-coronel Mauro Cid, filho do militar, é peça-chave nas investigações sobre os ataques.

Há um desconforto entre os atuais funcionários da Apex em Miami pelo fato de eles continuarem exercendo os cargos, mesmo com a apuração interna em andamento.

No Brasil, porém, a diretoria não quer tomar decisões sumárias.

A CNN entrou em contato com os três funcionários citados, mas não recebeu retorno. O espaço segue aberto para manifestação.


CNN BRASIL