Enviado ao Irã para representar o Brasil na posse do novo presidente iraniano, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) apareceu a poucos metros de Ismail Haniyeh, líder do Hamas assassinado na madrugada desta quarta-feira (31), horas após a cerimônia.
Imagens da agência Reuters mostram Alckmin e Haniyeh, que não interagiram entre si, a poucos metros um do outro, durante a posse do presidente eleito Masoud Pezeshkian. Veja:
Embora a segurança de Alckmin tenha sido motivo de preocupação para o governo brasileiro, a assessoria do vice-presidente brasileiro informou que não foram feitas alterações em seu esquema de segurança.
Alckmin cumpriu normalmente o restante da agenda prevista no Irã. Nesta quarta, esteve com o novo presidente iraniano, além de ter participado de uma reunião na Câmara de Comércio. O retorno do vice-presidente está previsto para esta quinta-feira (1º).
O que aconteceu
Ismail Haniyeh e seu guarda-costas foram mortos, segundo os Guardas Revolucionários do Irã, por volta das 2h da manhã (horário local) desta quarta. Ele estava hospedado em uma residência especial para veteranos de guerra no norte de Teerã, informou a entidade.
De acordo com a agência iraniana de notícias IRNA, Haniyeh teria sido atacado por um “projétil guiado por via aérea”. Investigações estão em andamento para determinar os detalhes da operação e o local de origem do disparo.
Em declaração, o Hamas categorizou os assassinatos como um “ataque sionista”. A CNN entrou em contato com o Exército israelense para comentar a alegação.
Uma fonte ouvida pela CNN também afirmou que o conselho supremo de segurança nacional do Irã ainda vai decidir qual será a estratégia de reação ao assassinato.
Quem era Ismail Haniyeh?
Segundo o Hamas e a mídia iraniana, Haniyeh foi um antigo líder político do grupo palestino armado.
De acordo com o analista político e de política externa da CNN, Barak Ravid, embora Haniyeh não tivesse influência militar, ele era responsável pelas relações internacionais do grupo e um dos principais interlocutores com os egípcios e catarianos no acordo de reféns e cessar-fogo em Gaza.
Apesar disso, Ravid lembra que o governo israelense vê Haniyeh como um dos responsáveis pelo ataque do Hamas em 7 de outubro.
Além do posto de líder político, Haniyeh já havia atuado como primeiro-ministro da Autoridade Palestina entre 2006 e 2014. Ele participou de negociações de paz com o ex-presidente dos EUA Jimmy Carter e se encontrou com outros líderes mundiais, como o emir do Catar Hamad bin Khalifa al-Thani e o diplomata chinês Wang Keijan, neste ano.
Em abril, o palestino já havia perdido três filhos e quatro netos após ataques aéreos israelenses, segundo o Hamas.
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CNN BRASIL
