Israel pretende levar familiares de vítimas dos ataques do sete de outubro para atos espalhados mundo afora, marcando o primeiro aniversário da data, na próxima segunda-feira.
O país tenta recuperar a solidariedade mundial recebida logo após o atentado. Os ataques em 7 de outubro de 2023 desencadearam uma escalada dos conflitos, com um saldo de aproximadamente 1.200 mortos e mais de 250 pessoas sequestradas.
Em resposta, Israel iniciou uma guerra contra o Hamas, matando mais de 38 mil pessoas, segundo as autoridades de saúde do território.
No Brasil, estão planejados atos em diversas cidades, com organização direta da Embaixada de Israel no país, da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e do movimento PinForPeace, uma iniciativa pela paz, contra o terrorismo e o antissemitismo.
Em Brasília, a Câmara dos Deputados terá uma sessão solene para marcar um ano dos ataques do Hamas à Israel no dia 08/10.
As vítimas serão representadas pela israelense Inbal Zach, que teve seis pessoas da família sequestradas pelo Hamas. Uma delas ainda é mantida como refém pelo grupo islâmico.
O pedido para a realização da sessão foi feito pelo deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG), que deve presidir a sessão.
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, e o presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Claudio Lottenberg, também estarão presentes.
A embaixada israelense também planeja receber convidados em diversas cidades para a exibição do documentário “Screams Before Silence”, que aborda o 7 de outubro pela ótica da violência sexual contra as vítimas do Hamas.
Já o movimento PinForPeace começa, nesta segunda-feira (30), uma campanha em 20 shoppings de seis estados brasileiros, mais o Distrito Federal. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Alagoas receberão as ações.
A ideia é ter totens digitais com fotos, vídeos e relatos em alusão aos reféns sequestrados pelo Hamas.
Relação Brasil X Israel
Durante participação na Assembleia-Geral da ONU, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas à postura israelense no conflito.
o presidente brasileiro disse que condena de forma veemente o comportamento do governo de Israel e que tem “certeza que a maioria do povo de Israel não concorda com esse genocídio”.
Na última sexta-feira (27), o Brasil se somou a um boicote de outros países e deixou o plenário da ONU.
Representantes brasileiros abandonaram a reunião antes de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, começar a discursar.
Em nota, a CONIB afirmou que lamenta o que chamou de “postura desequilibrada do governo brasileiro” em relação aos trágicos conflitos no Oriente Médio.
“O presidente mostra simpatia com vítimas do conflito em Gaza e no Líbano, mas ignora as vítimas de Israel. Esquece que esses conflitos foram iniciados pelos grupos terroristas Hamas e Hezbollah (sustentados pelo Irã) e esquece que Israel está se defendendo”, diz o comunicado.
Logo após o atentado do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, o tom do governo brasileiro foi de condenação e de repúdio ao terrorismo. O presidente brasileiro, no entanto, não fez menção aos autores dos ataques.
Em fevereiro deste ano, Lula foi considerado persona non grata por Israel após comparar a guerra em Gaza com extermínio de judeus no Holocausto.
O então embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi avisado sobre a postura israelense durante reunião em Jerusalém.
Em resposta, o Brasil chamou o embaixador de volta ao país. Hoje, a embaixada segue em funcionamento, mas sob a tutela de funcionários do segundo escalão.
CNN BRASIL