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Amazônia sofre recorde de queimadas em 17 Anos

Créditos: depositphotos.com / ratpack2

A situação das queimadas na Amazônia atingiu um nível crítico em 2024. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), este ano registrou o maior número de focos de incêndio dos últimos 17 anos. Somando-se à seca severa que afeta mais de mil cidades brasileiras, o cenário se mostra extremamente preocupante.

Especialistas alertam que a fumaça resultante das queimadas já está impactando 10 estados brasileiros e a previsão é de que a situação se prolongue até o fim da semana. Desde o início do ano, a floresta já contabilizou 59 mil focos de fogo, o que representa o maior índice desde 2008.

Por Que a Amazônia Está Enfrentando Tantas Queimadas?

As queimadas na Amazônia não são um fenômeno isolado. Além dos focos locais, a fumaça das queimadas no Pantanal, no Parque Guajará-Mirim em Rondônia e até na Bolívia, contribuem para a formação de um “corredor de fumaça” que afeta diversas regiões do Brasil.

Quais Estados Brasileiros Já Sentem os Efeitos da Fumaça?

Até o momento, os estados atingidos pela fumaça incluem:

  • Rio Grande do Sul
  • Santa Catarina
  • Mato Grosso do Sul
  • Mato Grosso
  • Acre
  • Rondônia
  • Oeste do Paraná
  • Parte de Minas Gerais
  • Trechos de São Paulo
  • Amazonas

 

A chegada de uma frente fria prevista para esta quarta-feira (21/8) deve espalhar ainda mais a fumaça, agravando a situação em diversas localidades.

Aumento das Queimadas: Principais Fatores Contribuintes

O aumento das queimadas na Amazônia é influenciado por vários fatores. Um dos principais é a intensidade do fogo. Somente em agosto de 2024, foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio na Amazônia Legal. Em comparação, no mesmo período do ano anterior, esse número foi de 12 mil, o que demonstra um crescimento alarmante.

A Seca Agravando as Queimadas

A seca é outro fator crucial que contribui para o aumento das queimadas. Geralmente, a estação seca ocorre de agosto a outubro, com o pico em setembro. No entanto, este ano, a seca começou em julho, criando condições ainda mais propícias para incêndios. Além disso, as queimadas ilegais continuam sendo intensamente praticadas.

O Papel do El Niño nas Queimadas da Amazônia

Um fator significativo que agrava a situação é o fenômeno El Niño. Em 2023, ele causou um déficit hídrico severo, aumentando a seca e elevando as temperaturas. O aquecimento do Oceano Atlântico também desempenha um papel importante, reduzindo a umidade e a precipitação no país.

Conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais de mil cidades estão enfrentando a seca, que varia de moderada a severa. Na Amazônia, mais de 60% dos municípios estão sob essa classificação, tornando a região altamente vulnerável a incêndios.

Redução do Desmatamento, Mas Queimadas Persistem

Curiosamente, houve uma redução de 45% no desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024, o menor índice desde o início da série histórica em 2015. Contudo, áreas desmatadas previamente continuam sendo um desafio significativo.

O pesquisador do Inpe, Luiz Aragão, explica que áreas desmatadas, muitas vezes utilizadas para pastagem, são altamente suscetíveis ao fogo. “A Amazônia possui mais de 800 mil quilômetros quadrados de áreas desmatadas, a maioria destinada a pastagens. Aqueles que ocupam estas áreas continuam utilizando o fogo para manejo, aumentando a incidência de queimadas”, esclarece Aragão.

Com o clima seco, o fogo se espalha facilmente, atingindo proporções enormes e gerando uma quantidade massiva de fumaça, cenário que exige ações imediatas e eficazes para controlar as queimadas e proteger a Amazônia.


Fonte terra brasil

progrestino

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